Page 31 - Cooperativismo Sustentável
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REPÓRTER CRELUZ
JUNHO | 2023
Saúde 31
Câncer no intestino: Envato/Divulgação
uma preocupação para jovens e adultos
Conheça as formas de prevenção, sintomas e tratamentos
egundo o Instituto Nacional de Câncer, para o A influência da alimentação Tratamento
triênio de 2023 a 2025, são esperdos mais de
S45 mil casos de câncer de intestino por ano. De A alimentação influencia diretamente nos O câncer de intestino é tratável e, quase
acordo com o instituto, são cerca de 20 novos casos riscos de desenvolvimento do câncer de intestino. sempre, curável. A cirurgia é o tratamento
a cada 100 mil homens e de 21 a cada 100 mil mulhe- Dietas pobres em fibras e o excesso no consumo inicial, retirando a parte do intestino afetada
res. O número de internações por câncer de intestino de alimentos ultraprocessados contribuem para o e os gânglios linfáticos, estruturas que fazem
aumentou 64% nos últimos 10 anos, um resultado que surgimento da doença. parte do sistema de defesa do corpo, dentro do
preocupa especialistas de diferentes áreas. Segundo estudo da Revista de Saúde Pública da abdômen. Já o tratamento oncológico deve ser
Também chamado de colorretal ou do cólon e Universidade de São Paulo (USP), feito pelo Núcleo individualizado, pois cada paciente e situação
reto, o câncer de intestino compreende os tumores de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde exigem uma abordagem terapêutica específica.
que se iniciam na parte do intestino grosso (cólon), no (Nupens/USP), nos últimos 10 anos, o consumo de Outras etapas do tratamento incluem a
reto (final do intestino) e no ânus. É uma doença que alimentos ultraprocessados pelos brasileiros teve radioterapia, associada ou não à quimioterapia,
pode ser prevenida, pois quase sempre se desenvol- aumento médio de 5,5%. para diminuir a possibilidade de retorno do
ve a partir de pólipos, que são lesões benignas que O principal meio de prevenção do tumor é a tumor. O tratamento depende, principalmente,
crescem na parede do intestino. Quando o pólipo é mudança de hábitos de vida. Obesidade, tabagismo do tamanho, localização e extensão do tumor.
retirado evita-se que ele se transforme em câncer. e o consumo de álcool e de carnes processadas, tais Quando a doença está espalhada, com metásta-
Entre os fatores que podem contribuir para o como linguiça, salsicha, bacon, presunto, salame e ses para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as
desenvolvimento deste tipo de câncer estão alimen- mortadela, são fatores de risco. Há pesquisas que chances de cura ficam reduzidas.
tação rica em gorduras e pobre em fibras, fumo, con- apontam que o consumo de 50 gramas de carne
sumo frequente de bebida alcoólica, idade acima de processada é capaz de aumentar em 18% as chances
50 anos e história de pólipos colorretais e de doenças de desenvolvimento de câncer colorretal. Como descobrir o câncer do
inflamatórias do intestino. Já o consumo de carne vermelha deve ser colo do intestino no início
Os sinais e sintomas mais comuns do câncer de limitado, em, no máximo, 500 gramas por semana.
intestino são presença de sangue nas fezes; dor e Além disso, frutas, verduras e legumes são alimentos É recomendada a realização anual do
cólica abdominal frequente, com mais de 30 dias de auxiliares, que devem ser consumidos, no mínimo, em exame de sangue oculto nas fezes para pes-
duração; alteração no ritmo intestinal como diarreia cinco porções diárias, pois garantem o bom funciona- soas acima de 50 anos. Trata-se de exame
ou constipação; emagrecimento rápido e não inten- mento do intestino e ajudam a prevenir o câncer. laboratorial relativamente simples e que pode
cional; além de anemia, cansaço e fraqueza. ser solicitado pelo médico clínico. Para as
pessoas com maior risco, pode ser necessá-
ria a realização de colonoscopia.
Como diminuir o risco de
câncer de intestino
• fazer atividade física na maioria dos dias da semana;
• ter uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais e
grãos) e pobre em gorduras animais;
• não fumar;
• evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
• realizar exames anuais, após os 50 anos, para detec-
ção precoce e tratamento de pólipos.