Indicadores da Creluz servem como base para tese de doutorado
Professor Lorimar Francisco Munaretto agradeceu o apoio da Cooperativa que foi o ponto de partida para um estudo nacional.
As cooperativas de eletrificação foram objeto de pesquisa para o professor, Lorimar Francisco Munaretto, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na elaboração da sua tese de doutorado defendida junto à Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) na Universidade de São Paulo (USP). Munaretto estudou o modelo de organização das cooperativas de energia a fim de apresentar um modelo de avaliação de desempenho baseado em diversos indicadores envolvendo diversas perspectivas.
O professor iniciou a sua pesquisa pela Creluz e depois expandiu através da Infracoop, envolvendo todas as cooperativas de energia do Brasil. “Cheguei à conclusão que este setor sofre uma forte regulação do governo, com preço da compra e da venda da energia estabelecido pelo agente regulador que é a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não restando outra alternativa senão a redução dos custos, ou seja, ser eficiente em suas atividades”, diz o doutor Munaretto.
Segundo o professor uma cooperativa recebe o mesmo tratamento perante a Aneel que uma grande concessionária, porém, as cooperativas estão muito mais focadas no social, mais próximas do associado, com trabalho personalizado, diversos programas sociais e ambientais para o desenvolvimento da região onde atuam, especialmente a Creluz.
“Tratar as cooperativas e as concessionárias de forma igualitária é uma incoerência”, resume Munaretto, acrescentando que com a privatização do setor elétrico na década de 1990 o legado histórico das cooperativas não foi reconhecido, sendo que na década de 80 existiam no Brasil, 260 cooperativas de eletrificação, a partir do processo de privatização restaram apenas 68 cooperativas, informou o professor.
A tese de doutorado apresentada por Munaretto para uma banca de doutores da USP e da UFSM em 26 de abril deste ano, consistiu na elaboração de um modelo de avaliação de desempenho organizacional para cooperativas de eletrificação e após foi verificado sobre o uso e finalidade dos indicadores que compõe o modelo junto às cooperativas do Brasil e também foi desenvolvido um sistema de informática, com o conjunto de indicadores (modelo de avaliação), para a determinação da avaliação do desempenho pelas cooperativas.
Lorimar disse que era pouco conhecedor do sistema elétrico e que o modelo regulado, onde as cooperativas passam a ser permissionárias ou autorizadas de um serviço público, visto de dentro é muito diferente do que observado de fora. “O modelo nacional está sufocado pelas grandes concessionárias e não há reconhecimento governamental pelo trabalho das cooperativas de energia”, acrescenta o professor.
Para ele a Aneel está muito vigilante e as cooperativas de eletrificação estão sendo muito monitoradas, respondendo diariamente a vários indicadores. “As cobranças para as cooperativas e as concessionárias são as mesmas, porém, a escala de distribuição de energia é bem maior para as grandes concessionárias”, salienta o professor.
Ao falar sobre a Creluz Munaretto diz: “A Creluz dispensa comentários, a Creluz é referência em termos de cooperativa, isso se comprova pelo simples fato de a Cooperativa ter sido certificada pelo ISO 9001, com a ISO 10002 em fase de implantação, além da parceria com universidades, investindo na formação qualificada de sua equipe de funcionários. A Creluz está entre as cooperativas que hoje servem como referência no setor elétrico nacional”.
O pesquisador tem uma experiência de 22 anos atuando como professor. Lorimar Francisco Munaretto, é professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), contador, especialista em planejamento tributário, mestre em administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), agora doutor em administração pela Universidade de São Paulo (USP) e avaliador do Ministério da Educação e Cultura (MEC/INEP).
A tese de doutorado de Munaretto foi orientada pelo professor da FEA/USP doutor Hamilton Luiz Corrêa, e a banca foi formada pelos professores doutores, Isak Kruglianskas (USP), Alceu Salles Camargo Júnior (USP), Lúcia Rejane da Rosa G. Madruga (UFSM) e Clândia Maffini Gomes (UFSM).