Usina Solar Boa Vista opera em fase de testes
Este é o primeiro empreendimento deste modelo no Estado
Quinze horas e trinta minutos do dia 29 de setembro de 2016. Esse é mais um marco para a história da região no que diz respeito à geração de energia limpa. Foi exatamente nesse dia e horário que entrou em operação, em fase de testes, a Usina Solar Boa Vista, investimento capitaneado pela Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia, a Creluz. Esta é a primeira usina de geração de energia por meio do sol do Estado gaúcho, com localização privilegiada, próxima da BR-386, em Boa Vista das Missões, no entroncamento com a BR-158, que segue a Palmeira das Missões.
Muito mais rápida para ser construída, em sete meses a obra está pronta – tempo bem menor se comparado a uma usina hidrelétrica, que na Creluz precisa de 36 meses para ser finalizada. A obra conta com quatro patamares, sendo que dois deles fazem parte da fase A da construção, correspondente a esta etapa que entrou em operação nesta semana.
Conforme o presidente da Creluz, Elemar Battisti, nesta primeira etapa o investimento é de R$ 4 milhões, sendo instaladas 1.008 placas solares. Também foi feito o arruamento do local, sistema de escoamento de água – para caso de excesso de chuvas –, obras civis, elétricas e de engenharia, monitoramento por meio de câmeras HD, subestação blindada, por meio da qual a energia gerada pelas placas será ligada à rede de energia elétrica, além da colocação de gramas, entre outros aspectos.
Segundo Battisti, a fase B da obra depende de outros aspectos para ser finalizada, como questões relacionadas ao mercado de energia, e está previsto o investimento de mais R$ 2 milhões.
Ciclo combinado garante viabilidade do projeto
Além de todas as vantagens de uma “tecnologia limpa”, porque a usina não interfere em rios ou em matas, a Usina Solar Boa Vista tem outra vantagem que é determinante para a sua viabilidade econômica, segundo o presidente da Creluz.
– Nossa usina solar trabalha em ciclo combinado com a Hidrelétrica Carlos Bevilácqua, de Seberi, que tem uma rede que passa aqui perto. Então, quando chega o verão e tem muito sol, também se intensifica a evaporação de água nos reservatórios e a tomada de água para pivôs de irrigação, é nesse momento que a Usina Boa Vista entra para compensar a defasagem da energia elétrica. Esse é o grande diferencial que faz com que o projeto seja competitivo – defende o executivo.
Além disso, próxima da usina tem uma rede de fibra ótica, que permite que a equipe de engenheiros da Creluz colha as informações a longa distância, outro fator considerado importante para esse projeto. Um estudo de insolação também foi feito no local, por isso a posição das placas estão direcionadas para o Norte. E os planos não param: “quem sabe no futuro poderemos aliar também a energia eólica a esse projeto”, estima Battisti, cheio de planos na área de energia limpa. Com a Usina Boa Vista, a Creluz suprirá todo o consumo de energia pela sua estrutura administrativa e operacional.
Texto e foto: Gracieli Verde/Jornal O Alto Uruguai